Em Belém, a adoção de tecnologias sustentáveis está transformando a cidade em um exemplo de inovação ambiental. O Parque da Cidade e a Nova Doca são dois locais que exemplificam como a sustentabilidade pode ser integrada à vida urbana, principalmente no tratamento de efluentes. Esses projetos, que antecipam a chegada da Conferência do Clima COP 30 em 2025, estão redefinindo a maneira como as cidades podem interagir com a natureza e preservar seus recursos hídricos. Com a introdução de sistemas de tratamento de efluentes por wetlands, Belém se coloca na vanguarda das soluções ecológicas, demonstrando o potencial de integração entre urbanismo e preservação ambiental.
Os wetlands, conhecidos popularmente como “jardins filtrantes”, estão entre as tecnologias mais inovadoras aplicadas em Belém. Esses sistemas naturais, que utilizam plantas aquáticas para purificar a água, são uma alternativa eficiente, econômica e de baixo impacto ambiental. No Parque da Cidade, por exemplo, foram implantados dois sistemas verticais de filtragem com aeração, que são capazes de tratar até 118m³ de efluentes por dia. Essa capacidade de tratamento é mais do que suficiente para atender a uma população de até 2.800 pessoas, sem a necessidade de produtos químicos ou grande consumo de energia, o que faz dos wetlands uma solução ideal para ambientes urbanos.
Além de sua eficiência no tratamento de efluentes, os wetlands contribuem para a melhoria da qualidade ambiental de Belém de forma geral. A vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, ressaltou a importância dessas soluções como um legado da COP 30, apontando que, além de resolverem problemas de poluição, esses sistemas educam a população sobre a importância de cuidar do meio ambiente. O Parque da Cidade, agora um espaço verde de relevância mundial, se transforma em um centro de aprendizado sobre sustentabilidade, demonstrando como a tecnologia pode ser aplicada para melhorar a qualidade de vida nas cidades.
A experiência internacional com sistemas de wetlands também ajuda a validar o sucesso dessas soluções. Países como os Estados Unidos, Inglaterra, Suécia e Noruega já utilizam essa tecnologia em diversos contextos, desde o tratamento de efluentes industriais até o reaproveitamento agrícola de lodos. Um dos maiores exemplos vem de Omã, onde um sistema de wetlands de 360 hectares trata águas de poços de petróleo no deserto. Esse uso global reforça a versatilidade dos wetlands, que se adaptam a diferentes necessidades ambientais e regionais, tornando-se um modelo replicável para outras cidades e países.
No contexto de Belém, a utilização de oito espécies de plantas macrófitas, como a cana índica, tália e helicônia-papagaio, é um dos fatores que tornam os wetlands locais particularmente eficientes. As raízes dessas plantas desempenham um papel crucial na purificação da água, absorvendo as impurezas e criando um ecossistema saudável que beneficia tanto o ambiente quanto a comunidade local. Essas plantas também contribuem para a estética do espaço, tornando o Parque da Cidade e a Nova Doca ainda mais agradáveis e conectados com a natureza.
Além do tratamento de efluentes, o Parque da Cidade está implementando outras soluções sustentáveis, como o reaproveitamento da água da chuva e o uso de energia solar fotovoltaica. Com 75% das obras já concluídas, o Parque está prestes a se tornar um ponto de referência para Belém e para o mundo, com 1.500 árvores, 190 mil plantas ornamentais e 83 mil m² de grama. Mais do que um espaço de lazer, o Parque da Cidade se configurará como um modelo de urbanismo ecológico, com a missão de inspirar outras cidades a adotar soluções similares.
A Nova Doca, por sua vez, também se destaca como um projeto inovador em sustentabilidade urbana. Além dos wetlands flutuantes, que utilizam ilhas de plantas fitorremediadoras para filtrar a água, o projeto incorpora biovaletas e jardins de chuva para melhorar a qualidade da água nos rios que cortam Belém. Com a combinação dessas três tecnologias, o sistema de tratamento de efluentes da Nova Doca contribui não só para a limpeza da água, mas também para a revitalização de áreas urbanas, tornando a cidade mais verde e com maior qualidade ambiental.
As obras da Nova Doca estão em pleno andamento e, com 63% das obras concluídas, o projeto já é considerado um sucesso. Além de melhorias na infraestrutura de saneamento, a Nova Doca contará com uma rede coletora de esgoto, ciclovias e áreas verdes, que integrarão ainda mais a cidade ao seu entorno natural. A revitalização do espaço também inclui a valorização de pontos turísticos como o Porto Futuro II e a Estação das Docas, proporcionando uma experiência única para moradores e visitantes. A Nova Doca promete ser mais um símbolo de Belém como uma cidade inovadora e comprometida com a sustentabilidade.
Os projetos do Parque da Cidade e da Nova Doca não apenas solucionam questões locais relacionadas ao tratamento de efluentes, mas também colocam Belém como referência no uso de soluções ecológicas inovadoras. Com a implementação dos wetlands, Belém está mostrando que é possível conciliar o crescimento urbano com a preservação ambiental, oferecendo à sua população um legado duradouro e sustentável. Ao investir em tecnologias que priorizam a natureza, a cidade se posiciona na linha de frente da sustentabilidade urbana e serve de exemplo para outras regiões do mundo.
Autor: Nikolai Popov Kill
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital