A digitalização dos tribunais tem sido uma das mudanças mais significativas na Justiça contemporânea. Segundo o advogado Carlos Alberto Arges Júnior, sistemas eletrônicos de tramitação de processos, como o PJe (Processo Judicial Eletrônico), já são realidade na maioria do Judiciário brasileiro e permitem que ações sejam distribuídas, analisadas e julgadas com mais agilidade e transparência.
Com isso, juízes, advogados, partes e servidores públicos podem acessar autos digitais de qualquer lugar, eliminando o uso de papel e reduzindo o tempo de tramitação. Essa transformação tecnológica não só racionaliza o trabalho interno, mas também aproxima o cidadão do Judiciário, democratizando o acesso à Justiça e tornando o processo menos burocrático e mais acessível.
De que forma a inteligência artificial está sendo usada no Judiciário?
O advogado Carlos Alberto Arges Júnior explica que a inteligência artificial (IA) tem ganhado espaço nas rotinas dos tribunais ao assumir tarefas repetitivas e analíticas que antes consumiam muito tempo de servidores. Ferramentas de IA já são usadas para classificar documentos processuais, identificar temas em comum entre casos e até sugerir minutas de decisões com base em jurisprudências anteriores.

O Supremo Tribunal Federal, por exemplo, utiliza o sistema Victor para auxiliar na triagem de recursos, o que acelera o andamento processual. Embora a decisão final continue sendo humana, a IA atua como uma poderosa aliada para desafogar os tribunais, tornando-os mais eficientes e coerentes. A tecnologia, nesse contexto, funciona como um suporte que permite que a Justiça se concentre no que mais importa: a análise qualificada do mérito.
A tecnologia pode ajudar a alcançar a verdade mais rapidamente?
Sim, e esse é um dos avanços proporcionados pela integração tecnológica nos tribunais. Recursos como videoconferências, perícias digitais, provas eletrônicas e blockchain tornam mais fácil e seguro o acesso a elementos de prova, encurtando o caminho entre os fatos e a decisão judicial. A gravação de audiências e depoimentos por vídeo, por exemplo, reduz erros de transcrição e permite que os juízes revisitem os momentos cruciais do processo.
Já a autenticação de documentos por blockchain garante a integridade e a veracidade das provas apresentadas, pontua o advogado Carlos Alberto Arges Júnior. Tudo isso contribui para uma apuração mais precisa da verdade real, reduzindo fraudes, manipulações e injustiças processuais.
Como a tecnologia beneficia os advogados e as partes envolvidas?
Para os advogados, a tecnologia representa ganho de tempo, redução de custos e mais controle sobre os processos. Sistemas online permitem protocolar ações e acompanhar andamentos em tempo real, evitando deslocamentos e filas nos fóruns. Além disso, plataformas jurídicas de gestão de processos, pesquisa jurisprudencial e elaboração de peças processuais com auxílio de IA têm potencializado a atuação dos profissionais.
Para as partes, especialmente as mais vulneráveis, isso significa mais acesso à Justiça e menor dependência de intermediários, destaca o advogado Carlos Alberto Arges Júnior. A digitalização também facilita o uso de meios alternativos de resolução de conflitos, como a mediação e a conciliação online, que oferecem soluções mais rápidas e menos desgastantes.
Em suma, apesar de seus muitos benefícios, o uso da tecnologia no Judiciário também levanta desafios importantes. Para o advogado Carlos Alberto Arges Júnior, um deles é a exclusão digital, que afeta principalmente pessoas de baixa renda ou com pouca familiaridade com recursos tecnológicos. Outro ponto é a necessidade de garantir a segurança cibernética, já que falhas de proteção de dados podem comprometer informações sensíveis e colocar em risco direitos fundamentais.
Instagram: @argesearges
LinkedIn: Carlos Alberto Arges Junior
Site: argesadvogados.com.br
Autor: Nikolai Popov Kill